quinta-feira, 20 de maio de 2010

Radiação não ionizante

As radiações podem ser classificadas como corpusculares (apresentam massa) e como eletromagnéticas. Essas últimas podem ser agrupadas segundo determinados parâmetros, constituindo um espectro eletromagnético e dependendo da capacidade de promoverem ionização ou não dos principais átomos que constituem os seres vivos, as mesmas são consideradas ionizantes (raios X e gama) ou não ionizantes. As radiações ultravioletas (UV), visíveis, infravermelhas (IV), microondas (MO) e ondas curtas (OC) são exemplos dessas últimas. As diversas fontes de radiações eletromagnéticas são usadas rotineiramente em Ciências da Saúde e seus efeitos estão intimamente associados à capacidade de absorção da energia fotônica pelo meio. No caso de originar uma lesão em um ser vivo, essa absorção que corresponde ao estágio inicial de uma lesão, que é conhecido como estágio físico. Os efeitos biológicos das radiações ionizantes, as radiolesões, estudadas pela Radiobiologia, são conseqüência de ionizações e/ou excitações atômicas e/ou moleculares. Esses efeitos podem ocorrer por uma interação direta com uma estrutura alvo (efeito direto) e/ou por uma interação com o meio no qual se encontra a estrutura alvo, gerando os radicais livres (efeito indireto). Esses radicais livres seriam os responsáveis pelo efeito biológico observado. Um radical livre corresponde a um átomo ou uma molécula que possui um ou mais elétrons não emparelhados, o que lhe assegura uma enorme reatividade química. As fontes de radiações ionizantes são empregadas diretamente por especialidades médicas, como a Radiologia, a Radioterapia e a Medicina Nuclear. Esses empregos visam o diagnóstico e/ou tratamento de doenças variadas. As radiações não ionizantes, apesar de não terem a capacidade de ionizar os principais átomos que constituem o sistema biológico, podem acarretar importantes alterações nos níveis energéticos das moléculas e/ou átomos quando são absorvidas. Como conseqüência, essas perturbações energéticas levam a efeitos diversos, como o aumento da energia rotacional, da energia translacional e da energia vibracional dos componentes moleculares do meio, tornando-os altamente reativos, podendo gerar fotolesões que são estudadas pela Fotobiologia. Na medicina e na fisioterapia, essas radiações não ionizantes são aplicadas em vários procedimentos, visando o restabelecimento das condições funcionais alteradas por doenças diversas. Muitos efeitos relacionados à radiação do tipo UV longo (UVA) são dependentes de oxigênio e mediados por reações de fotooxidação, que conduzem a formação de radicais livres. Outros efeitos possíveis são os causados pelos comprimentos de onda entre 420 e 480 nm (luz visível), que são absorvidos pela molécula de bilirrubina, que sofre fotooxidação e dessa forma é facilmente excretada pela urina. Essa seqüência de eventos relacionados com as radiações visíveis encontra aplicação clínica no tratamento de icterícia neonatal. A psoríase e o vitiligo são doenças de etiologias desconhecidas que podem ser tratadas pela associação de UVA e agentes fotossensibilizadores, especialmente as psoraleínas. Além dessas doenças, comprometimentos músculo-esqueléticos, neurológicos, dermatológicos e reumatológicos têm sido tratados com sucesso por outras fontes de radiação não ionizante. A utilização das radiações eletromagnéticas não ionizantes em Ciências da Saúde deve levar em consideração a sensibilidade do paciente frente à dose e ao tempo de aplicação do recurso físico, existindo um controle dose-efeito para que se possa atingir o objetivo proposto. A diatermia por microondas e ondas-curtas é normalmente utilizada quando determinada região está sendo preparada para a cinesioterapia, por propiciar o relaxamento músculo-tendíneo. A cromopuntura consiste na aplicação de luz visível em pontos de acupuntura para o tratamento de desarmonias energéticas que acarretam doenças ou alterações fisiológicas. Para tanto, é utilizado um aparelho elétrico denominado bastão cromático, composto por uma fonte de luz branca dentro de uma fenda onde é colocado o filtro de luz desejado, e um cristal de quartzo branco por onde a luz é projetada. Os principais efeitos fisiológicos relacionados com a radiação IV são resultantes do aquecimento local dos tecidos. Estes efeitos são as alterações no comportamento metabólico e circulatório, na função nervosa e na atividade celular. Uma elevação na temperatura resultará num aumento das atividades metabólicas nos tecidos superficiais devido ao efeito direto do calor nos processos químicos. Desta forma, foi demonstrado que a radiação IV causa um aumento no fluxo sanguíneo da região cutânea devido à vasodilatação dos vasos sanguíneos da pele. Este efeito pode ser mediado pela ação direta do calor sobre os próprios vasos, ou através da atuação deste calor na inervação nervosa vasomotora. Níveis elevados de certos metabólitos do sangue, resultantes do aumento da atividade metabólica em decorrência das temperaturas mais elevadas, também têm um efeito direto sobre as paredes vasculares, o que estimula a vasodilatação. Estas alterações não se refletem nos tecidos mais profundos do corpo. A aplicação desses recursos físicos é de grande relevância, embora, de modo geral, os mesmos, em Fisioterapia, sejam associados também a procedimentos de cinesioterapia, visando reabilitar o paciente e oferecer ao mesmo uma melhor qualidade de vida. É importante ressaltar que a manipulação de fontes de radiação não ionizantes deva ser realizada dentro de critérios técnicos bem estabelecidos, objetivando não acarretar problemas tanto para o terapeuta quanto para o paciente. Desse modo torna-se imprescindível à devida qualificação dos profissionais envolvidos com esses procedimentos.

Fonte:http://www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/CONF_SIMP/textos/mariobernardofilho.htm

Radiação no celular: é preciso se preocupar com a saúde?






Celulares são onipresentes no mundo atual. Eles mudaram —e continuam mudando— a maneira como as pessoas se comunicam, trabalham e se divertem. E a transmissão das informações é feita pela radiação eletromagnética. Por isso, não tardou a aparecer aqueles preocupados com a segurança destes aparelhos, já que a radiação, dependendo de seu tipo, pode causar danos graves a saúde das pessoas.


Os raios infravermelhos, ultravioletas e a luz emitida pelo sol são exemplos de onda eletromagnética. "No início do século XIX, o homem começou a controlar essa radiação", explica Glaúcio Lima Siqueira, professor associado do Centro de Estudo em Telecomunicações da PUC-Rio e PhD em Engenharia Elétrica. Assim, viabilizou-se o surgimento do rádio, da televisão, do motor elétrico e de tantas outras tecnologias que tornaram possível a vida como conhecemos hoje.

A comunicação é umas das aplicações mais comuns da radiação eletromagnética. É o que possibilita, por exemplo, que aparelhos de rádio-amador e walkie-talkies funcionem. Nenhuma dessas máquinas, porém, jamais chegou perto da popularidade alcançada pelos celulares. Uma presença tão constante em nossas vidas, que há tempos começou a levantar suspeitas sobre os efeitos de seu uso em nosso corpo.

Essa desconfiança estimulou o surgimento de diversas pesquisas e fez como que governos como os da Áustria, França, Alemanha e Suécia recomendassem a seus cidadãos medidas para minimizar a exposição. Exemplos de recomendações são o uso de fones para diminuir a emanação de radiação na cabeça, manter o celular longe do corpo e não usar o aparelho dentro de um carro. A necessidade dessas precauções, porém, não é um consenso entre quem estuda o assunto.

Fonte: UOL Tecnologia

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Ondas eletromagnéticas compõem a radiação emitida pelo Sol


Presentes na luz do sol, raios UV podem ser nocivos
Alice Dantas Brites*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Divulgação/Nasa

Ondas eletromagnéticas compõem a radiação emitida pelo Sol

A radiação emitida pelo sol é composta por ondas eletromagnéticas de diversos comprimentos. Ao conjunto dessas ondas é dado o nome de espectro luminoso. A luz que podemos enxergar, chamada luz visível, corresponde apenas a uma pequena faixa do espectro e vai do comprimento de onda vermelho até o violeta.

As ondas abaixo do vermelho são denominadas de raios infravermelhos e aquelas acima do violeta correspondem à radiação ultravioleta. Esses tipos de raios não são visíveis ao olho humano.

Radiação ultravioleta e camada de ozônio
A radiação ultravioleta, também conhecida pela sigla UV, pode ser subdividida em três tipos de raios, UVC, UVB e UVA, de acordo com o seu comprimento de onda. A camada de ozônio que envolve a Terra consegue absorver grande parte desses raios, impedindo que boa parte deles chegue à superfície terrestre.

Essa camada protetora vem, no entanto, sendo destruída por produtos fabricados pelo homem e se tornando mais fina em diversas regiões do planeta, originando os famosos buracos na camada de ozônio. Uma das regiões mais afetadas é a Antártida, mas os Estados Unidos, a China e o Japão também já estão apresentando sinais do problema.

Perigos dos raios UV
Os raios UV podem causar sérios danos à saúde, como o envelhecimento precoce, o câncer de pele, problemas oculares e até mesmo alterações no sistema imunológico.

Os raios UVB são responsáveis por queimaduras na pele, ou seja, por aquelas manchas vermelhas e ardidas que surgem quando vamos à praia sem protetor solar. Já os raios UVA não provocam essa reação superficial. Porém, são capazes de penetrar em camadas mais profundas. A exposição excessiva a esses raios, ao longo do tempo, danifica a pele e favorece o surgimento de câncer.

Ao atingir os olhos, essa radiação pode provocar o surgimento da catarata, doença caracterizada por lesões oculares que tornam o cristalino (espécie de lente dos nossos olhos) opaco, levando à perda parcial ou total da visão.

Os cientistas estimam que, para cada 1% de perda da camada de ozônio, podem surgir cerca de 50 mil novos casos de câncer e 100 mil problemas oftalmológicos ao redor do mundo.

Protetor solar
Para nos protegermos dos efeitos nocivos dos raios UV devemos tomar alguns cuidados. Um deles é evitar se expor ao sol entre dez da manhã e três da tarde, horário em que o sol é mais forte. Além disso, ao praticar atividades ao ar livre ou ao passar o dia na praia, devemos nos proteger com chapéus, óculos de sol e aplicar o protetor solar.

O protetor solar atua como uma barreira química que absorve os raios UV, impedindo que eles danifiquem a pele. Protetores que formam uma camada opaca sobre o corpo atuam também como uma barreira física, refletindo a luz solar.

O fator de proteção solar (FPS) indica o grau de proteção contra os raios UVB. O número do FPS indica quanto tempo você pode ficar exposto ao sol antes de começar a se queimar. Por exemplo, uma pessoa que costuma ficar vermelha depois de dez minutos de exposição, com um protetor de FPS 8 começará a se queimar após 80 minutos, com FPS 15 após 150 minutos, e assim por diante.

Ao comprar um protetor solar devemos procurar produtos que ofereçam proteção tanto contra os raios UVB como contra os raios UVA, além de escolher um FPS adequado ao nosso tipo de pele.

Benefícios dos raios UV
Embora a exposição excessiva aos raios UV possa ser prejudicial, em pequenas quantidades ela é benéfica. Isso porque esses raios estimulam a produção de vitamina D pelo organismo. Esta vitamina promove a absorção do cálcio, mineral essencial para a boa formação de dentes e ossos.

A radiação ultravioleta também é utilizada em diversas áreas e objetos do nosso cotidiano. As lâmpadas fluorescentes emitem raios UV, que são filtrados por uma camada interna e transformados em luz visível; por não produzir calor, essas lâmpadas também são chamadas de "luz fria".

A luz negra também emite raios UV e possui diversas aplicações, como leitores óticos, enfeites de festas e lanternas. A indústria química utiliza esses raios em um procedimento de análise química conhecido como espectrofotometria e na marcação de substâncias orgânicas e inorgânicas.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Radioterapia





Radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes. Uma dose pré-calculada de radiação é aplicada, em um determinado tempo, a um volume de tecido que engloba o tumor, buscando erradicar todas as células tumorais, com o menor dano possível às células normais circunvizinhas, à custa das quais se fará a regeneração da área irradiada.

As radiações ionizantes são eletromagnéticas ou corpusculares e carregam energia. Ao interagirem com os tecidos, dão origem a elétrons rápidos que ionizam o meio e criam efeitos químicos como a hidrólise da água e a ruptura das cadeias de ADN. A morte celular pode ocorrer então por variados mecanismos, desde a inativação de sistemas vitais para a célula até sua incapacidade de reprodução.

A resposta dos tecidos às radiações depende de diversos fatores, tais como a sensibilidade do tumor à radiação, sua localização e oxigenação, assim como a qualidade e a quantidade da radiação e o tempo total em que ela é administrada.

Para que o efeito biológico atinja maior número de células neoplásicas e a tolerância dos tecidos normais seja respeitada, a dose total de radiação a ser administrada é habitualmente fracionada em doses diárias iguais, quando se usa a terapia externa.


Radiossensibilidade e radiocurabilidade
A velocidade da regressão tumoral representa o grau de sensibilidade que o tumor apresenta às radiações. Depende fundamentalmente da sua origem celular, do seu grau de diferenciação, da oxigenação e da forma clínica de apresentação. A maioria dos tumores radiossensíveis são radiocuráveis. Entretanto, alguns se disseminam independentemente do controle local; outros apresentam sensibilidade tão próxima à dos tecidos normais, que esta impede a aplicação da dose de erradicação. A curabilidade local só é atingida quando a dose de radiação aplicada é letal para todas as células tumorais, mas não ultrapassa a tolerância dos tecidos normais.


Indicações da radioterapia
Como a radioterapia é um método de tratamento local e/ou regional, pode ser indicada de forma exclusiva ou associada aos outros métodos terapêuticos. Em combinação com a cirurgia, poderá ser pré-, per- ou pós-operatória. Também pode ser indicada antes, durante ou logo após a quimioterapia.

A radioterapia pode ser radical (ou curativa), quando se busca a cura total do tumor; remissiva, quando o objetivo é apenas a redução tumoral; profilática, quando se trata a doença em fase subclínica, isto é, não há volume tumoral presente, mas possíveis células neoplásicas dispersas; paliativa, quando se busca a remissão de sintomas tais como dor intensa, sangramento e compressão de órgãos; e ablativa, quando se administra a radiação para suprimir a função de um órgão, como, por exemplo, o ovário, para se obter a castração actínica.


Fontes de energia e suas aplicações
São várias as fontes de energia utilizadas na radioterapia. Há aparelhos que geram radiação a partir da energia elétrica, liberando raios X e elétrons, ou a partir de fontes de isótopo radioativo, como, por exemplo, pastilhas de cobalto, as quais geram raios gama. Esses aparelhos são usados como fontes externas, mantendo distâncias da pele que variam de 1 centímetro a 1 metro (teleterapia). Estas técnicas constituem a radioterapia clínica e se prestam para tratamento de lesões superficiais, semiprofundas ou profundas, dependendo da qualidade da radiação gerada pelo equipamento.
Os isótopos radioativos (cobalto, césio, irídio etc.) ou sais de rádio são utilizados sob a forma de tubos, agulhas, fios, sementes ou placas e geram radiações, habitualmente gama, de diferentes energias, dependendo do elemento radioativo empregado. São aplicados, na maior parte das vezes, de forma intersticial ou intracavitária, constituindo-se na radioterapia cirúrgica, também conhecida por braquiterapia.

No quadro abaixo estão relacionadas as diversas fontes usadas na radioterapia e os seus tipos de radiação gerada, energias e métodos de aplicação.
Fonte Tipo de radiação Energia Método de aplicação
Contatoterapia Raios X (superficial) 10 - 60 kV Terapia superficial
Roentgenterapia Raios X (ortovoltagem) 100 - 300 kV Terapia semiprofunda
Unidade de cobalto Raios gama 1,25 MeV Teleterapia profunda
Acelerador linear Raios X de alta energia e elétrons* 1,5 - 40 MeV Teleterapia profunda
Isótopos radioativos Raios gama e/ou beta Variável conforme o isótopo utilizado Braquiterapia
* Os feixes de elétrons, na dependência de sua energia, podem ser utilizados também na terapia superficial

As unidades internacionalmente utilizadas para medir as quantidades de radiação são o röentgen e o gray. O röentgen (R) é a unidade que mede o número de ionizações desencadeadas no ar ambiental pela passagem de uma certa quantidade de radiação. Já o gray expressa a dose de radiação absorvida por qualquer material ou tecido humano. Um gray (Gy) corresponde a 100 centigrays (cGy).


Efeitos adversos da radioterapia
Normalmente, os efeitos das radiações são bem tolerados, desde que sejam respeitados os princípios de dose total de tratamento e a aplicação fracionada.

Os efeitos colaterais podem ser classificados em imediatos e tardios.

Os efeitos imediatos são observados nos tecidos que apresentam maior capacidade proliferativa, como as gônadas, a epiderme, as mucosas dos tratos digestivo, urinário e genital, e a medula óssea. Eles ocorrem somente se estes tecidos estiverem incluídos no campo de irradiação e podem ser potencializados pela administração simultânea de quimioterápicos. Manifestam-se clinicamente por anovulação ou azoospermia, epitelites, mucosites e mielodepressão (leucopenia e plaquetopenia) e devem ser tratados sintomaticamente, pois geralmente são bem tolerados e reversíveis.

Os efeitos tardios são raros e ocorrem quando as doses de tolerância dos tecidos normais são ultrapassadas. Os efeitos tardios manifestam-se por atrofias e fibroses. As alterações de caráter genético e o desenvolvimento de outros tumores malignos são raramente observados.

Todos os tecidos podem ser afetados, em graus variados, pelas radiações. Normalmente, os efeitos se relacionam com a dose total absorvida e com o fracionamento utilizado. A cirurgia e a quimioterapia podem contribuir para o agravamento destes efeitos.

domingo, 2 de maio de 2010

CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS

Na indústria alimentícia a radiação é utilizada para evitar que raízes ou tubérculos brotem durante o armazenamento (como é o caso de cebolas e batatas);
Para eliminar insetos dos grãos antes do armazenamento, ou ainda para preservar alimentos, inibindo ou destruindo as bactérias e outros microorganismos.
A radiação atuando sobre as substâncias alimentícias vai ionizar alguns átomos e alterar a estrutura de moléculas vitais, provocando a morte de bactérias e microorganismos.
Dependendo do alimento, podem ocorrer certos problemas associados com a esterilização, como a mudança no sabor, na cor e textura. Em outros casos há a diminuição do conteúdo da vitamina.
Em setembro de 1976, em Genebra, uma comissão conjunta de três organizações: a Organização de Fomento e Agricultura (FAO), a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) e a Organização Mundial de Saúde (WHO), recomendou a aceitação incondicional de cinco alimentos irradiados: galinha, mamão, batata, morango e trigo; e propuseram a aceitação provisória de cebola, bacalhau e arroz.
Cabe salientar que as radiações, conforme já foi comprovado, destroem tecidos vivos e impedem a germinação. O valor nutricional do alimento também é afetado: vitaminas A, C, E, K, B12, B6 e o ácido fólico são inativadas ou destruídas no processo. Proteínas são desnaturadas e as gorduras tendem à rancificação (se oxidam), pela destruição dos antioxidantes. Considerando que o principal objetivo da alimentação é nutrir o organismo, torna-se altamente questionável o uso de um processo de conservação de alimentos que destrói tantos nutrientes essenciais ao corpo humano.
Apesar de já existirem normas e padrões para alimentos irradiados com a aprovação do Ministério da Saúde, o uso dessa tecnologia envolve questões sociais mais complexas. É imprescindível analisar de que forma este e outros métodos empregados hoje na indústria de alimentos para sua conservação contribuem verdadeiramente para tornar o alimento mais saudável, seguro e barato para a população. Essa questão é fundamental quando sabemos que boa parte dos alimentos industrializados perdem seu valor nutricional, em função dos métodos de conservação empregados. Ou quando consideramos que o baixo poder aquisitivo da população restringe seu acesso a alimentos mais elaborados; sem mencionar os desperdícios que ocorrem devido à ineficiência do atual sistema de abastecimento.

OKUNO, Emico; CALDAS, Iberê. L.; CHOW, Cecil. Física para ciências Biológicas e Biomédicas. São Paulo:Harper & Row do Brasil,1982.16p.